domingo, 12 de maio de 2013

OYÁ






Na Mitologia Yoruba, o nome correto é Oiyá(Babà Milton ti Oiyà - Asè Oiyà Funinikà) provém do rio de mesmo nome na Nigéria, onde seu culto é realizado, atualmente chamado de rio Níger.É relacionada ao elemento ar, sendo a divindades que controla os ventos. Costuma ser reverenciada antes de Sangô, como o vento personificado que precede a tempestade que é uma das representações do Orixá do Fogo. Oiyá está relacionada ao culto dos mortos, onde recebeu de Obaluaiye (Omolu) a incumbência de guiá-los a um dos nove céus de acordo com suas ações, para assumir tal cargo recebeu do caçador Oxóssi uma espécie de erukerê especial chamado de Eruesim com o qual estaria protegida dos Eguns. Oyá é a segunda Deusa de temperamento mais agressivo, sendo que a primeira Oba e á terceira Opará, uma qualidade de Osun.
Os nove céus são:
Orun Alàáfià. Espaço de muita paz e tranquilidade, reservado para pessoas de gênio brando, ou índole pacífica, bondosa, pacata.
Orun Funfun. Reservado para os inocentes, sinceros, que tenha pureza de sentimento, pureza de intenções.
Orun Bàbá Eni. Reservado para os grandes sacerdotes e sacerdotisas, Babalorixás, yalorixás, Ogans, Ekedes, etc.
Orun Aféfé. Local de oportunidades e correção para os espíritos, possibilidades de reencarnação, volta ao Aiye.
Orun Ìsòlú ou Àsàlú. Local de julgamento por Olodumare para decidir qual dos respectivos oruns o espírito será dirigido.
Orun Àpáàdì. Reservado para os espíritos impossíveis de ser reparados.
Orun Rere. Espaço reservado para aqueles que foram bons durante a vida.
Orun Burúkú. Espaço ruim, ibonan "quente como pimenta", reservado para as pessoas más.
Orun Mare. Espaço para aqueles que permanecem, tem autoridade absoluta sobre tudo o que há no céu e na terra e são incomparáveis e absolutamente perfeitos, os supremos em qualidades e feitos, reservado à Olodumare, olorun e todos os orixás e divinizados.

Antes de se mulher de Xangô, Oiyá tinha vivido com Ogum. A aparência do deus do ferro e dos ferreiros causou-lhe menos efeito que a elegância, o garbo e o brilhodo deus do travão. Ela fugiu com Sangô, e Ogum, enfurecido, resolveu enfrentar o seu rival; mas esteúltimo foi à procura de Olodumaré, o deus supremo, para lhe confessar que perdoasse a afronta. E explicou-lhe: “Você, Ogum, é mais velho do que Sangô! Se, como mais velho, deseja preservar sua dignidade aos olhos de Xangô e aos outros orixás, você não deve se aborrecer nem brigar; deverenunciar a Oiá sem recriminações”. Mas Ogun não foi sensível a esse apelo, dirigido aos sentimentos de indulgência. Não se resignou tão calmamente assim, lançou-se à perseguição dos fugitivos e trocou golpes de varas mágicas com a mulher infiel. Que foi então, dividida em nove partes. Este números 9, ligado a Oiyá, está na origem de seu nome Iansã e encontramos esta referência no ex-Daomé, onde o culto de Oiá é feito em Porto Novo sob o nome de Avșan, no bairro Akron ( Lokoro dos Iorubás) e sob o de Abșan, mais ao norte em Baningbê. Esses nomes teriam por origem a expressão Aborimșan (“com nove cabeça”), alusão aos supostos nove braços do delta do Níger
Uma outra indicação da origem desse nome nos é dada pela lenda da criação da roupa de Egúngún por Oiá. Roupas sob as quais, em certas circunstâncias, os mortos de uma família voltam a terra a fim de saudar seus descentes. Oiá é o único orixá capaz de enfrentar e de dominar os Egúngún

Os africanos costumam saudá-la antes das tempestades pedindo a ela que apazigue Sangô o Orixá dos trovões pedindo clemência.
Oferendas: àkàrà ou acarajéekuru e abará.

Brasil [editar]

Os devotos costumam lhe oferecer sua comida favorita, o àkàrà (acarajé), ekuru e abará.
No candomblé a cor utilizada para representá-la é o marrom, ainda que seja mais identificada com a cor Rosa. No Brasil houve uma grande distorção com relação as suas regências e origens.
Inhansã ou Oiá, como é também chamada no Brasil, é uma divindade da Mitologia Yoruba associada aos vento e as águas, sendo mulher de Xangô, o senhor dos raios e tempestades.
É saudada como "Iya mesan lorun", título referente a incumbência recebida como guia dos mortos. Iansã é associada a sensualidade, dos Orixás femininos é uma das mais guerreiras e imponentes.

Qualidade de Oiya [editar]

Antes de qualquer coisa,devemos estar todos cientes de que não existem qualidades de Orixá e com Oyá também não é diferente, o que se segue são alguns títulos.
Oiya Igbale - Na realidade não existe, seria essa Iansã ,ligadas ao culto dos mortos, quando dança parece guiar as almas errantes com seus braços, mas essa função é realizada por toda Iansã e a palavra Igbalé quer dizer varrer a Terra, fato esse que se relaciona ao fato de Iansã ser uma das divindades dos ventos, em suma, que varre a Terra, assim como o Orixá Afefê
  • Oya igbale
  • 1 Oyà Gbale Funán
  • 2 Oyà Gbale Fure
  • 3 Oyà Gbale Guere
  • 4 Oyà Gbale Toningbe
  • 5 Oyà Gbale Fakarebo
  • 6 Oyà Gbale De
  • 7 Oyà Gbale Min
  • 8 Oyà Gbale Lario
  • 9 Oyà Gbale Adagangbará
  • Oya Kala
  • Oya Akolasun
  • Oya Basun
  • Oya Pada
  • Oya Funan
  • Oya Sonan
  • Oya Jebe
  • Oya Tanan
  • Oya Nita
  • Oya Oníra
  • Oyà Biniká
  • Oyà Seno
  • Oyà Abomi
  • Oyà Gunán
  • Oyà Bagán - Veste branco. Muito antiga, diretamente ligada a ancestralidade. Provavelmente não seja feita mais na cabeça de ninguem. Como ferramenta de guerra usa mais o Eruèsin (rabo de boi) e muito raramente Ofanje (Espada) por ser uma Igbalè. Ligada a Ogun Meji, Obaluaiyé e Odè. Filha de Babà Dankó (Bambú) Orisàlà. No ori de Babà Milton tem personalidade calma e maternal. No entanto estremante justa e punitiva qdo assim for necessario.
  • Oyà Kodun
  • Oya Maganbelle
  • Oyà Bagbure
  • Oyà Tope
  • Oyà Egunità
  • Oyà Sayò
  • Oyá LogunEré
  • Oyà Baga
 

Símbolos [editar]

 
Sete folhas mais usadas para Oya

Arquétipo [editar]

O arquétipo de Oiá-Iansã é o das mulheres audaciosas, poderosas e autoritárias. Mulheres que podem ser fiéis e de lealdade absoluta em certas circunstâncias, mas que, em outros momentos, quando contrariadas em seus projetos e empreendimentos, deixam-se levar a manifestações a mais extrema cólera. Mulheres, enfim, cujo temperamento sensual e voluptuoso pode leva-las a aventuras amorosas extraconjugais múltiplas e freqüentes, sem reserva nem decências, o que não as impede decontinuarem muito ciumentas dos seus maridos, por elas mesmas enganados. Suas filhas, ou mulheres que tenham Iansã próximo de si (como madrinha por exemplo ou "mãe") aqui na Terra, são mulheres sensuais, ousadas, falam o que pensam e sofrem muito, seja por qualquer motivo, especialmente no amor. São mulheres que batalham, trabalham incansavelmente, são guerreiras, lutam como peões. Geralmente esas mulheres cuidam de tudo sozinha, até dos filhos.

Ofó Oyá [editar]

E ma odò, e ma odò
Eu vou ao rio, eu vou ao rio
Lagbó lagbó méje
Do seu modo encontrado nos arbustos reparte em sete
O dundun a soro
Vós que fala através do Dundun
Balè hey.
Balè Afonja Tocando o solo te saúdo.

Cultura afro-brasileira [editar]

Em Salvador, Oyá ou Iansã é sincretizada com Santa Bárbara que é madrinha do Corpo de Bombeiros e padroeira dos mercados, é homenageada no dia 4 de dezembro na Festa de Santa Bárbara da Igreja Católica, é um grande evento sincrético, composto de missa, procissão feita por católicos e praticantes do Candomblé,1 além das festas nos terreiros, o caruru de Iansã,samba de roda e apresentação de grupos de capoeira e maculelê.
No candomblé, ela é Iansã, divindade do rio Niger. Segundo as lendas yorubanas, Iansã foi mulher de Ogum. Ela o abandonou para viver com Xangô, divindade dos raios, tempestades, do fogo e do Sol.
O filme O Pagador de Promessas, um drama escrito e dirigido por Anselmo Duarte e baseado em história de Dias Gomes, foi filmado inteiramente na porta da Igreja de Santa Bárbara emSalvadorBahia2
Quartel do Corpo de Bombeiros Militar do Estado da Bahia, Salvador, Bahia.
Em 4 de dezembro de 2008 Os festejos em homenagem a Santa Bárbara começaram às cinco horas, com queima de fogos de artifício, na alvorada, em frente à Igreja do Rosário dos Pretos, onde, às sete horas, houve uma missa. Após as bênçãos, uma procissão percorreu as ruas do Centro Histórico de Salvador. O cortejo prosseguiu até o Corpo de Bombeiros, cuja corporação tem a santa como padroeira. A imagem da santa entrou na sede dos bombeiros, sendo saudada com fogos, sirene e jatos de água, deu uma volta no pátio e saiu em direção ao Mercado de Santa Bárbara, onde foi servido o tradicional caruru para os fiéis.

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