sexta-feira, 7 de junho de 2013

COZINHA RITUALÍSTICA


Cozinha ritualística.
Também conhecida como cozinha de santo, tradição e sabor.

Todo terreiro que se preze, seja de Umbanda ou de Nação, tem a sua cozinha de Santo. Não necessariamente um espaço físico, mas quando se diz uma “cozinha de Santo”, é o respeito e conhecimento desta deliciosa tradição. Uma pessoa deve ser a responsável por esta “cozinha”, uma Iabassê, que conhece as preferências dos Orixás e sabe dos preceitos sagrados para o preparo das comidas.

A maioria dos Orixás foram Reis, em tempos imemoriais, e, portanto, a forma de servir a comida deve observar toda a pompa e a realeza que o assunto exige, além é claro de conhecer certas proibições, chamadas de “quizila”, que nada mais é do que alguns alimentos ou temperos que determinado Orixá não gosta ou faz alusão a alguma passagem negativa em suas histórias (os Itãs).

Por exemplo, Oxalá não aceita sal nem bebidas alcoólicas em suas oferendas, Ibeji gosta de alimentos doces, Obaluaiê gosta de dendê mas não de Sal, Nana não aceita que seus alimentos sejam cortados com faca (veja a importância de saber preparar da forma correta para cada Orixá).
Todo este ambiente mágico, regado a fortes e irresistíveis temperos, resultam numa das maiores riquezas culturais da Umbanda, do povo-de-santo, que com certeza influenciou e influencia a culinária brasileira. E pode ser aprendido, pode e deve, pois saber servir corretamente seu Orixá é saber agradar a um Pai/Mãe que muito te ama.

 
Trecho extraído do livro
Umbanda de Barracão
Todos os direitos reservados


quinta-feira, 6 de junho de 2013

TIAMAT - A GRANDE MÃE DA BABILÔNIA

 Tiamat, a Grande Mãe da Babilônia.

tiamat
Tiamat é uma deusa das mitologias babilônica e sumérica.
Na maioria das vezes Tiamat é descrita como uma Serpente do Mar ou um Dragão mas nenhum texto foi encontrado nos quais contenham uma associação clara com essas criaturas.
Inicialmente, quando o mundo cultuava divindades femininas com suas várias faces, Tiamatera adorada como a mãe dos elementos.
Tiamat foi responsável pela criação de tudo que existe.
Os deuses eram seus filhos, netos e bisnetos.


O reino da Babilônia se desenvolveu ao sul da Mesopotâmia durante 2200 até 538 a. C., quando os persas conquistaram a cidade. Os babilônios eram os herdeiros do grande legado cultural dos antigos sumérios.
Para os babilônios como para o sumérios, o rei obtinha sua autoridade diretamente dos Deuses. Por exemplo, o rei Hammurabi afirmava que havia recebido as leis de seu Código diretamente da mão do Deus Sol Shamash. Os reis eram tão importantes que, em anos recentes, o agora condenado ditador Saddam Hussein (nascido em 1937), justificava em parte sua soberania sobre o Iraque atual, comparando-se com o rei Nabucodonosor, que governou desde o ano de 606 até 562 a. C.
A história de Tiamat pode ser encontrada no épico babilônico Enuma Elish, data do século XIX-XVI a. C., que foi cantada ante a estátua de Marduk, Deus principal babilônico, celebrando a fundação do mundo e da própria Babilônia que era o centro do mundo.
Tudo inicia-se com o caos aquático. Apsu a água doce que origina rios e riachos, e Tiamat, o mar ou as águas salgadas (representada na forma de um dragão), combinam seus poderes para criar o universo e os Deuses. Os primeiros dois Deuses chamaram-se: Lachmu e 
Lachamu. A primeira prole se reproduziu e formou-se outra prole. Esses Deuses irritavam profundamente Apsu que convocou seu auxiliar Mummu e foram juntos a Tiamat, a quem disseram que a descendência de ambos deveria ser eliminada para que regressasse a tranqüilidade.

Tiamat, entretanto, enfureceu-se rechaçou a idéia, pois embora estivesse perturbada com os ruídos dos deuses, os perdoava.
As crianças-Deuses acabam descobrindo que Apsu tinha plano de matá-las e enviam o Deus Ea para matá-lo primeiro.
Tiamat não apoiava os planos de Apsu de destruir seus filhos mas, diante da morte de seu esposo, passa a lutar contra eles. A Deusa encontra outro companheiro, Kingu, com quem gera vários monstros: serpentes de garras venenosas, homens-escorpiões, leões-demônios, monstros-tempestade, centauros e dragões voadores. Depois, partiu para a retaliação.
Antes designou Kingu como chefe de seu exército dizendo:
-"Exaltando-te na assembléia dos Deuses, eu te dou o poder para dirigir todos eles. Tu és magnífico e meu único esposo. Que os Anunnaki exaltem teu nome." Entregou-lhe então as Tábuas do Destino.
As crianças-Deuses temiam lutar contra Tiamat até que Marduk, filho de Ea, decidi lutar contra ela. O restante dos deuses rebentos prometeram a Marduk que, em caso de vitória, ele seria coroado como rei dos Deuses.
Marduk teceu uma rede e apanhou Kingu e todos os monstros. Ele os acorrentou e os atirou no Submundo. 
Partiu então para matar Tiamat. Primeiro Marduk cegou o dragão com seu disco mágico, possivelmente representado pelo próprio sol, pois o Deus era também um herói-solar. Depois feriu mortalmente Tiamat com uma lança, símbolo da vontade criativa e procriação. O herói teve ainda o auxílio dos sete ventos para destruir Tiamat. Com metade do corpo dela ele fez o céu, e com a outra metade a Terra. Tomou sua saliva e formou as nuvens e de seus olhos fez fluir o Tigre e o Eufrates. Finalmente de seus seios criou grandes montanhas.
Os humanos foram criados a partir do sangue de Kingu misturado com terra. Marduk, de posse das Tábuas do Destino, criou em seguida, uma habitação para os Deuses no céu, fixou as estrelas e regulou a duração do ano e fundou a cidade da Babilônia para que fosse sua residência terrestre.

Outros mitos, descrevem o processo de criação como um fluxo contínuo de energias originadas do sangue menstrual de Tiamat, armazenado no Mar Vermelho ou Tiamat, em árabe. Foi essa a razão pela qual, mesmo após a interpretação patriarcal do mito, na qual foi acrescentada a figura de Marduk, que teria matado Tiamat, o Dragão do Caos e criado o mundo com seu corpo, foi mantido na Babilônia, durante muito tempo, o calendário menstrual, celebrando os Abbats e nomeando os meses do ano de acordo com as fases da Lua.
O mistério de Tiamat e de Marduk era comemorado anualmente na Babilônia durante o Ano Novo ou no festival de Akitu.
Pouco resta da magnífica cidade da Babilônia, somente uns quatro bancos de barro às margens do rio Eufrates, sul da atual Bagdá, Iraque. Porém um dia, a cidade da Babilônia foi famosa por seus "jardins suspensos", uma das maravilhas do antigo mundo. No coração da cidade estava o templo de Marduk, a Casa da Fundação do Céu e da Terra.
Como em incontáveis mitos, a origem de toda a vida teria vindo do mar primordial, quer na terra, ou no céu, mas o que existe de comum em todas estas possíveis procedências são as trevas primordiais. São delas que se origina a luz, sob a forma de luz ou estrelas e do dia acompanhado pelo sol. É esse fator comum, a escuridão da noite primordial como símbolo do inconsciente que explica a identidade entre o céu noturno, terra, mundo inferior e água primordial anterior à luz. Com efeito, o inconsciente é a mãe de todas as coisas, e tudo o que surgiu depois e permanece na luz da consciência está em uma relação filial com a escuridão. Designamos como urobórica, essa situação psíquica primordial, que abrange os opostos e, ma qual os elementos masculinos e femininos, os inerentes à consciência e os hostis a ela, confundem-se uns com os outros.

Na Babilônia, a unidade masculino-feminina dos uroboros era constituída por Tiamat e Apsu, que representavam o caos primordial da água. Mas é Tiamat, o verdadeiro elemento de origem, a mãe de todos os deuses, e a possuidora das tábuas do destino.
A existência original de Tiamat também resulta do fato desta ter sobrevivido à morte de Apsu e, quando finalmente derrotada pelo Deus-sol patriarcal Marduk, formam-se a partir de seu corpo a abóbada celeste superior e a abóbada inferior das profundezas. Assim, mesmo depois de ter sido derrotada, ela permanece como o Grande Círculo que tudo contém.
Tiamat, não é apenas o monstro terrível (dragão) do abismo, tal como a via o mundo patriarcal daquele que a venceu, Marduk. Ela é não só geradora, como também a mãe legítima de suas criaturas, que se enfureceu quando Apsu decidiu matar os deuses que eram seus filhos. Somente depois destes terem assassinado Apsu, seu marido, o pai primordial, é que ela dá inicia à sua vingança e propaga a sua força destruidora.
Tiamat representa o poder irracional dos primórdios e do inconsciente criador. Mesmo na morte, ela continuou a representar o mundo superior e o inferior. Marduk, ao contrário, é um legislador. A cada uma das forças celestes ele atribuiu um lugar fixo e, como Deus bíblico do Gênese, organizou o mundo segundo leis racionais que correspondem à consciência e sua natureza solar.
O caráter numinoso da Grande Deusa ainda se manifesta na forma de um Dragão em Tiamat, entretanto, é mais freqüente este deusa primitiva surgir despida e com características sexuais acentuadas quando a ênfase recai em sua fecundidade e em seu caráter sexual.

Taimat não é uma Deusa cruel, mas seus templos eram escondidos, devido a sua impopularidade, provavelmente por causa dos sacrifícios humanos que faziam parte de seus rituais. Isto mudou, em algumas cidades do Império, quando Tiamat passou a ser adorada abertamente e onde, os rituais mais sangrentos eram executados raramente. Tiamat representa todos os cinco elementos chineses: terra, água, fogo, ar e metal.

A DERROTA DA DEUSA

O Enuma Elish é a primeira história da substituição de uma Deusa Mãe por um deus que "fabrica" a criação como algo distinto e separado de si mesmo. Em todos os mitos da Idade do Ferro (que começa em 1250 a.C.) em que um deus do céu ou do sol vence a uma grande serpente ou dragão, podemos encontrar traços desse poema épico babilônico, nele a 
  


humanidade foi criada a partir do sangue de um deus sacrificado, e não há útero de uma Deusa primordial. Sua influência pode ser rastreada ao longo da mitologia hitita, assíria, persa, cananeia, hebréia, grega e romana.
Na cultura da Deusa, a concepção da relação entre "criador" e "criação" se expressa na imagem da Mãe, como "zoé", a fonte eterna, dando a luz a seu filho como "bios", a vida eterna criada no tempo, que está viva e que ao morrer regressa à fonte. O filho era a parte que emergia do todo, através da qual o todo podia chegar a conhecer-se a si mesmo. A medida que o deus "cresceu" no transcurso da Idade do Bronze, chegou a ser consorte da Deusa e em algumas ocasiões co-criador com ela. Porém, na Idade do Ferro a imagem da relação representada no matrimônio sagrado desaparece e se perde o equilíbrio entre as imagens feminina e masculina da divindade que derivava da dita cerimônia.
Agora, um deus pai se estabelece em uma posição de supremacia em relação à Deusa Mãe, e se transforma paulatinamente em um deus sem consorte das três religiões patriarcais que hoje em dia conhecemos: o judaísmo, o cristianismo e o islam. O deus é então o único criador principal, quando antes era a Deusa quem havia sido a única fonte da vida. Porém, o deus se converte em fazedor do céu e da terra, enquanto que a Deusa era o céu e a terra. O conceito de "fazer' difere radicalmente do de "ser", no sentido de que o que se faz e quem o faz não compartilham necessariamente da mesma substância; pode conceber-se o que se faz como inferior a quem o faz. No entanto, o que emerge da Mãe é necessariamente parte dela, como ela também é parte do que dela emerge.
Portanto, a identidade essencial entre criador e criação se quebrou e desta separação nasceu um dualismo fundamental, o conhecido dualismo entre espírito e natureza. 

  


No mito da Deusa esses dois termos carecem de significado se forem considerados em separado: a natureza é espiritual e o espírito é natural porque o divino é imanente à criação. No mito do deus, a natureza já não é "espiritual" e o espírito já não é "natural", porque o divino transcende da criação. O espírito não é inerente à natureza, mas está além dela e chega inclusive a converter-se em fonte da natureza. Assim, um novo significado se introduz na linguagem: o espírito se torna criativo e a natureza se torna criada. Esse novo tipo de mito da criação é resultado de uma ação divina que estabelece a ordem a partir do caos.
Podemos considerar esses mitos como relatos narrados pela humanidade em distintos momentos de evolução: ambos explorariam, deste ponto de vista, distintos modos de existir no universo. Porém, a atual tradição judeu-cristã, apresenta implicitamente o mito da dualidade de espírito e natureza como "dado", como inerente ao modo de ser das coisas. Aliás, sua origem na história humana se perdeu para a consciência: nas culturas patriarcais em que o deus pai se adorava como criador único não sobreviveu recordação alguma cuja forma possa conhecer-se das imagens anteriores da Deusa Mãe como criadora.


AS MUDANÇAS



O desejo de poder, junto com o medo, sempre presente, a ser atacado, explica em grande parte a necessidade de um deus cada vez mais poderoso, finalmente um deus "supremo", capaz de um unir um povo embaixo de uma causa comum de defesa ou ataque. Porém, como resultado do predomínio do deus pai do céu, apareceu uma idéia de tempo diferente. Esse já não se concedia como cíclico, segundo o modelo lunar da Deusa Mãe, que acolhia de volta os mortos em na escuridão de seu útero. O deus pai não podia acolher os mortos em seu interior, nem devolvê-los à terra para renascerem. Portanto, o tempo tornou linear aos olhos da humanidade: tinham um começo no nascimento e um final na morte. De maneira similar, a própria criação, elevada a uma proporção cósmica, tinha um começo absoluto e teria um final definitivo, que coincidiria com o triunfo final da luz sobre a escuridão, uma afirmação definitiva da vitória original que havia dotado de existência o universo.
Esse modelo de tempo linear é que influenciou o "mito da criação" do século XX, segundo o qual o "big bang" marcou o início da vida e é possível que também está por detrás do temor contemporâneo ante ao "big bang" apocalíptico que marque o final dos tempo.

quarta-feira, 5 de junho de 2013

OBARÁ



ÒBÀRÀ

Escrito por Obanise Xandi.'..


Personalidade: pessoas com temperamento um tanto estourado, são de extrema sinceridade; são um pouco tagarelas com habito de contar tudo o que irá ser feito, evitando assim a concretização dos planos. Despertam antipatia e inveja das pessoas. São justas e tendem a possuir bens.
Responde Sango, Logunede, Ososi
Dizem que no principio do mundo, 15 dos 16 odus seguiram todos à casa do Oluwo, afim de procurar os meios que os fizessem mudar de sorte, mas nenhum deles fez o que foi determinado pelo Oluwo. Obará um dos dezesseis odus existentes,não se encontrava no grupo na ocasião em que os demais foram consultar o oluô. Sendo ele, porém, sabedor do ocorrido, apressou-se em fazer o que o oluô determinara. E que os demais odús não fizeram por simples capricho da sorte. Obará com afinco fez o máximo que pode para conseguir seu desejo, dada a sua condição precária (de pobreza).
Como era de costume, os 15 odús de cinco em cinco dias iam à casa de Olofin, e nunca convidavam obará , por ser ele muito pobre, tanto que olhavam para ele sempre com menosprezo. Pois, então, foram a casa de olofim, jogaram e até altas horas do dia não acertaram o que queriam que Olofin adivinhasse e, com isso, acabou que todos eles se retiraram sem ter sido satisfeita sua curiosidade. Olofin, com desprezo, ofereceu uma abóbora a cada um deles, e eles, para não serem indelicados levaram consigo as abóboras ofertadas.
No caminho, porém, alguém se lembrou apontando para a casa de obará, de fazer ali uma parada, embora alguns fossem contra, dizendo que não adiantaria dar semelhante honra a obará, pois ele era um homem simples que nunca influía em nada.
Mas um deles, mais liberal, atreveu-se a cumprimentar obara-meji com estas palavras:
-Obará, bom dia !  Como vais de saúde? Será que hás de comer com estes companheiros de viajem?
Imediatamente respondeu ele que entrassem e se servissem da comida que quisessem. Dito isso, foram entrando todos, eles que já vinham com muita fome, pois estavam desde a manhã sem comer nada na casa de olofim.
A dona da casa foi ao mercado comprar carne para reforçar a comida que tinha em casa e, em poucas horas, todos almoçaram à vontade. Depois, obará convidou todos para que se deitassem para uma madorna, pois estavam todos cansados e o sol estava ardente. Mais tarde, eles se despediram do colega e lhe disseram:
-Fica com estas abóboras para ti . E lá se foram satisfeitos com a gentileza e a delicadeza do colega pobre e, até então, sem valia.
Mais tarde, quando Obará procurou por comida, sua mulher o censurou por sua fraqueza e liberalidade, dizendo que ele tinha querido mostrar ter o que não tinha, agradando a eles que nunca olharam para ele, e nunca ligaram nem deram importância ao colega.
Porém as palavras de obará eram simples e decisivas.
-Eu não faço mais do que ser delicado aos meus pares, estou cumprindo ordens e sei que fazendo estes obséquios, virá à nossa casa prosperidade instantânea.

Finda explicação, Obará pegou uma faca e cortou uma abóbora, surpreendendo-se com a quantidade de ouro e pedras preciosas que haviam dentro dela. Surpreso, e com muita felicidade, viu que em uma abóbora havia lhe dado o título de odú mais rico, porém logo percebeu que haviam mais outras 14 abóboras a serem abertas e em cada uma delas haviam outras riquezas em igual quantidade.

Obará comprou tudo que precisava, palácio e até cavalos de várias cores.
Daí que estava marcado o dia para todos os odús irem novamente à conferencia no palácio de olófim, como era de costume, já muito cedo, achavam-se todos no palácio, cada um no seu posto junto a olofim.
Quando obará veio vindo de sua  casa com uma multidão que o acompanhava, até mesmo os músicos de uma enorme charanga. Enfim, todos numa alegria sem par. De vez em quando, obará mudava de um cavalo para outro em sinal à nobreza.

Os invejosos começaram a tremer e esbravejar, chamando a atenção de olofim que indagou o que era aquilo. Foi então que lhe informaram que era obará. Então perguntou olofim aos demais odús o que tinham feito com as abóboras que presenteara a eles. Responderam todos que haviam jogado no quintal de obará. Disse então olofim que a sorte estava destinada a ser do rico e próspero obará. O mais rico de todos os odús.

terça-feira, 4 de junho de 2013

BARÁ


  

BARÁ É uma divindade criada e manifesta desde os tempos primordiais,ligado a forças energéticas, e como todos os demais orixás ,tem atribuições específicas .

É BARÁ quem estabelece a extensa rede de comunicação entre os seres humanos e a natureza divina que nos circunda.

Está diretamente ligado e relacionado com as partículas atômicas,as cargas eletrônicas que o sangue se encarrega de distribuir.

Portanto, BARÁ atua como plasma sanguíneo, bioelétrico.

Na verdade Ele esta associado à vários tipos de radiações energéticas que formam complexos agrupamentos,que logo se auto-organizam como uma rede de forças uniformes, ou seja,uma coleção de partículas (elétrons, íons, e partículas neutras)  ligadas a produção de radiação e oscilação de caracteres diversos.

Desta forma ,o plasma biológico (BARÁ),permite estabelecer uma co-relação entre os processos internos do organismo e as condições externas do ambiente. Assim,o plasma pode ser definido como manifestação bioelétrica natural de todo o organismo vivo.

Ilustrando bem esta situação quanto a energia que envolve este orixá,temos uma frase muito usada no meio espiritualista,ou seja:-BARÁ está frio,ou BARÁ está quente.

Por esta frase é bem simples entender como através da complexidade que é esta energia atuando de forma direta na VIDA.

Quando BARÁ está próximo,a esfera,a sua aura é avermelhada e sua pele,por mais frio que esteje a temperatura ambiente,estará quente.

Respondendo facilmente ao 'toque',ou seja ao 'sacudimento'.O chamado popular de "sangue quente".

Quando ocorre a pessoa ter o afastamento desta energia ,quando esta desequilibrado ou rompido com o ser,a sua aura,a sua esfera vibracional,fica completamente azul.

O sujeito passa a agir com absoluta emoção,acaba se perdendo e desorganizando a sua vida,já que informações de fora não chegam corretas e completas ao cérebro,da mesma maneira que as de dentro não atingem a consciência do todo.

A dualidade é uma realidade característica do universo.O equilibrio é mantido sob dois pólos.O homem por si só caracteriza-se por ser dual:CORPO e ESPÍRITO.

Esta dualidade muitas vezes cria controvérsia,e, temos com orixá BARÁ ,talvez a mais polêmica e controvertida energia.Dúvidas imputada pela distorção do conhecimento.Estímulo da imaginação visando manipular atravéz do medo usando má fé e principalmente a influência negativa por falta de conhecimento,bitolando as mentes das pessoas,incuntindo a maldade , o feio como oposto de uma nova criação mandatária e interesseira sendo o legado do bem,do belo,do divino.Pura ignorância.

Mas por muito tempo BARÁ foi tido ,e o é ainda por muitos,como a personalização do demônio,do Diabo.

Da mão ruim de Deus? Não ,claro que não, não é verdade e chega as margens da grosseria.

O Demônio é simplesmente ruim e Deus simplismente bom. Simples assim.

Mas, BARÁ, não é Demônio, muito menos a negação da bondade.

BARÁ é o elemento dialético do cosmo,está em todo local,é o >SER-FORÇA<,que esta em toda parte e pertence a todos os domínios existentes.

Esta energia esta diretamente associada e cumprindo o organograma estipulado por OLODUMARÉ, sendo ,mensageiro dos demais deuses, pois só ele pode dar movimento as coisas.No universo tudo esta em movimento, evolução. Tudo está ativo. Organizadamente ativo. 

E somente BARÁ pode dar sequência a evolução, pois somente ele pode transportar a mensagem do som que sai.

O fogo crescente que inicia seu caminho.

É importante frizar que os demais orixás , com suas responsabilidades em termos universal,tem também um BARÁ individualizado para servir de elemento de ligação entre o divino e os mortais.

E mesmo assim BARÁ não perde sua individualidade, sua energia,muito ao contrario,ele absorve a energia a que esta vinculado e recomeça junto com a sua energia nova trajetória harmonizado com o todo,visando o cumprimento da regra do conjunto.
NÃO IMPORTA QUEM FAÇA.TEM QUE SER FEITO.

BARÁ é o primeiro filho de IEMANJÁ.Originalmente era o sol nascente,o fogo serpentino,crescente,criador e também destruidor.


Cheio de vigor.Governa o fluxo de energia e a realização correta dos fenômenos naturais, mensageiro entre deuses e mortais,por este motivo tornou-se o senhor dos caminhos,trabalhador nas encruzilhadas, estradas,
portas,porteiras,etc.

Fogo serpentino.Liberto e autônomo.Grande poder de construir e destruir. 
Mas não aceite o destruir como sinônimo de estragar,mas sim,uma necessidade de modificação buscando manter a evolução e o movimento.Incansável e muitas vezes com fortes contradições.

Orixá BARÁ tem o previlégio de receber todas as obrigações em primeiro lugar.É o mercador que move o mercado,os negócios. Amigo dos prazeres da vida. 

Adora comer,beber,cantar,dançar, rir,fazer amor.Não o sexo convencional,mas o charmoso,cheio de milindres, agrados,bajulamentos.

Sempre muito alegre,animado,brincalhão,inteligente e vivo. É dado a fiscalização,e,a ele pertence o conhecimento do caminho, dos bons e maus costumes. Sempre atento a inovações.

Pode realizar qualquer tarefa,quando solicitado,desde que ganhe algo em troca.

Nesse particular convém salientar o que já foi colocado,ou seja,sempre serve-se ou agrada-se o BARÁ primeiro, pois como realçamos , Ele é o intermediário entre deuses e mortais ,se não for agradado não adianta pedir a outras entidades,pois ele simplesmente ficará olhando as súplicas e não entrará em ação.
BARÁ é a ação!

Com suas polaridades e inversões,faz lembrar que OBALUAIÊ, com seu BARÁ, seu princípio dinâmino do existir não é apenas morte e sofrimento,mas sim é principalmente transformação e vida.

BARÁ e OBALUAIÊ encontran-se na pele.

Pela sua dinâmica, influência ,BARÁ é uma entidade muito sensível que só OLODUMARÉ pode controlar.Entidade ciúmenta.

Deixo aqui um alerta,pois acredito ser muito oportuno para todo aquele que deseja entrar na estrada da vida margeando a linha dos orixás:

BARÁ é BOM,o que não é bom é a conduta e postura dos homens que desejam utilizar a energia dele para situações que alterem a evolução,principalmente utilizando sua carga negativa, saturada.

Alerto para a lei primeira: a lei do karma,causa e efeito.
 

Caminhante na estrada da redenção,que nossa consciência seja completa e que nossa fé não seja cega. É normal que cada orixá e não poderia ser diferente com BARÁ, repasse a seus filhos encarnados um pouco do seu ser. De seus cacuetes, faniquitos e logicamente suas virtudes.

Os filhos deste orixá apresentam algum sinal tipico físico, problemas com circulação, cardíacos, articulaçoes e sistema nervoso, emotivos ao extremo, ciumentos. 
São sonhadores,gostam de liberdade mas não as dão.Vida curta e agitada. 

Amigos dos prazeres da vida adoram comer ,beber,mas muitas vezes quando bebem,tudo pode mudar,tornando-se mentirosos, briguentos, rabujentos, provocativos, insolentes, desordeiros,indesejáveis, mal educados, atrevidos,
principalmente provocadores de situações embaraçosas ligados a infedelidade conjugal. 
Maldosos. Ciumentos. Mania de vigiar, estando sempre atento em tudo e em todos.

Não gostam de estar sozinhos.
Adoram ser o centro das atenções,de chamar a atenção, muitas vezes até criando situações de embaraços.

Os negócios são feitos quaze que instantaneamente, pois são volúveis e mudam com frequência de opiniões. 

Sentem atrações por lidarem com fracos e doentes. Solidários.São de estaturas medianas,não se amendrontam com doenças, futuro e situações difíceis.

Numa conversação ,dificilmente seu pensamento estará ligado ao assunto,esta sempre correndo na frente.

Temperamento explosivo e impulsivo. Amoroso, radical, sonhador, adorador das surpresas e diferenças. Apaixonado pelo sexo oposto, infiél mas preso a uma única pessoa. 
Prestativo,amante fantástico, manhoso,amável.

 Enfim este é BARÁ !






 http://www.vetorial.net/~rakaama/o-bara.htm